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quinta-feira, 3 de maio de 2012

DIETA VEGETARIANA APOIADA PELO CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS (CRN-5)

O primeiro parecer foi divulgado pelo CRN-3 e agora encontra o apoio do CRN-5, que publicou em seu site, a matéria abaixo.

A mesma contou com o apoio de 3 nutricionistas Eu, Mônica Menezes(Bahia), Gilcélio Almeida (Sergipe) e George Guimarães (São Paulo).


  

 CRN-5 apoia parecer “absolvendo” dieta vegetariana 

Para as pessoas que defendem o direito à vida, inerente a todas às espécies animais, eis uma notícia de interesse: o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (Mato Grosso e São Paulo) emitiu um parecer absolvendo a dieta vegetariana, ou seja, admitindo a sua viabilidade enquanto opção alimentar. Totalmente apoiado pelo Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª região (Bahia e Sergipe), o parecer defende que a natureza biológica do ser humano lhe possibilita escolher aquilo que deseja comer, o que inclui o vegetarianismo como opção. 


Segundo o parecer do CRN-3 apoiado pelo CRN-5, o vegetarianismo pode ser adotado em qualquer idade, desde que atenda às necessidades nutricionais individuais, tais como manter os índices adequados de cálcio, ferro, zinco, ômega 3, proteína e vitamina B12 no organismo. Ao nutricionista cabe não só respeitar a escolha do seu cliente/paciente, como também orientar o planejamento alimentar, considerando as necessidades e preferências pessoais quanto ao tipo de dieta. "O papel do nutricionista é orientar e não julgar a opção do indivíduo. Este profissional não deve, de modo algum, desencorajar seu paciente em relação a optar pelo vegetarianismo", declara o nutricionista de Aracaju, conselheiro do CRN-5, Gilcélio Almeida, que é vegetariano.

Um erro recorrente nas dietas vegetarianas sem orientação adequada é o consumo elevado de fibras nutricionais, que pode comprometer a absorção de diversos nutrientes, principalmente o ferro. "Por esse motivo é importante procurar um nutricionista para fazer o ajuste adequado", destaca Gilcélio. O nutricionista é o profissional que conhece os nutrientes e as suas fontes. Sua competência o permite avaliar o estado nutricional de cada indivíduo e assim elaborar a conduta mais adequada para atender suas necessidades dentro dos princípios vegetarianos. "Uma dieta vegetariana bem orientada fornece nutrientes em quantidade suficiente para manutenção da saúde e sem os danos das gorduras saturadas presentes nos tecidos animais", completa.

Não ao preconceito

Segundo o nutricionista de São Paulo, George Guimarães, especializado em dietas vegetarianas e historicamente perseguido pelos colegas de classe, cabem às faculdades de nutrição romper com certos dogmas e paradigmas enraizados na estrutura de ensino para, no mínimo, não formar profissionais desqualificados e preconceituosos. "Como a nutrição no passado, a medicina também precisa ser reciclada nesse aspecto, pois a grande maioria dos médicos (salvo raras exceções) faz um verdadeiro terrorismo psicológico em pacientes que manifestam a sua condição vegetariana. A adoção mal planejada de qualquer dieta é que deve ser atacada, independente se é vegetariana ou não", declara George.

Para a nutricionista baiana Mônica Menezes, os vegetarianos têm diversas razões científicas, ambientais, religiosas, filosóficas e éticas para justificar suas escolhas alimentares. "O que importa é que esta escolha seja bem planejada e orientada, com o intuito de garantir a adequação nutricional e a saúde do indivíduo", declara.

Diferenciações - As pessoas confundem o ovolactovegetarianismo, o vegetarianismo estrito e o veganismo. Para Mônica Menezes, a diferenciação entre os termos é importante. "O vegetarianismo refere-se ao termo mais genérico. Dentro desta linha, temos as diversas variações", diz.

O ovolactovegetariano é o indivíduo que não consome carnes de qualquer forma, mas consome leites, derivados e ovos. O estrito não aceita nem mesmo estes alimentos. Já o vegano não consome qualquer alimento de origem animal, inclusive mel, além de não usar qualquer produto, que esteja envolvido com a exploração e sofrimento animal, no seu vestuário, trabalho, entretenimento. Opõe-se, inclusive, ao uso de animais em rituais religiosos.

Deficiência de ferro - Em cada 100 indivíduos com deficiência de ferro ou em condição anêmica, se apenas um for vegetariano, muito provavelmente será justamente ele o alvo de uma "condenação óbvia" por sua escolha alimentar. "E em relação aos outros 99 indivíduos que comem carne e estão anêmicos, qual o juízo atribuído a eles? Cerca de 1/3 da população mundial sofre de deficiência de ferro, mas a maioria das pessoas que apresentam o problema comem carne", declara Gilcélio.

O ferro é apenas um exemplo, mas há outros dogmas alimentares relacionados ao consumo ou ao não consumo de carne ou derivados de produtos de origem animal. "Feijões, ervilha, lentilha e grão de bico são exemplos de fontes de ferro de origem vegetal que podem substituir a carne tanto para absorção de ferro quanto de aminoácidos essenciais", relata Mônica, que também é vegetariana.

Segundo ela, "outra importante fonte de ferro para os vegetarianos são as folhas de cor escura, como couve e brócolis. A absorção deste mineral pelo organismo é otimizada quando seu consumo é associado a fontes de vitamina C (acerola, laranja, caju, mamão etc.)", destaca. Pesquisas mostram que o intestino do indivíduo vegetariano adapta-se e absorve de forma mais eficiente o ferro e a proteína de origem vegetal. Além da deficiência do ferro, as dietas vegetarianas podem apresentar menor ingestão de vitamina B12, vitamina D, cálcio, iodo e zinco, o que pode causar efeitos negativos sobre o organismo.

Outros nutrientes - O vegano e o vegetariano estrito devem estar atentos para a ingestão da vitamina B12, pois ela só está presente em alimentos de origem animal. A forma segura de consumo deste nutriente se dá através do uso de suplementação de origem bacteriana, já que os vegetarianos não admitem que seja extraída de animais. "As bactérias do intestino grosso humano produzem B12, no entanto, o local de absorção da vitamina é no final do intestino delgado, o que significa que ela é produzida num ponto posterior ao local em que é absorvida", explica Mônica.

A vitamina D pode ser produzida no próprio organismo, através do contato da pele com os raios solares ou do consumo de cereais e leite de soja fortificado. Já o cálcio, obtido mais frequentemente através do leite e derivados, pode ser obtido também pela ingestão de folhas verdes e leguminosas, pontua a nutricionista.

Os vegetarianos geralmente ingerem menor quantidade de zinco que os indivíduos que comem carne e vegetais (onívoros), mas na dieta vegetariana orientada por um nutricionista deve conter quantidades suficientes de zinco obtidas a partir de cereais integrais e feijões. O iodo, por sua vez, deve ser ingerido através da soja, batata-doce, agrião, alcachofra, alface, alho, cebola, cenoura, ervilha, aspargo, rabanete e algas.

 
 Ver link:
http://crn5.org.br/?page_id=491

5 comentários:

  1. Gisele Palavro - nutricionista9 de maio de 2012 às 07:25

    Parabéns pela matéria, muito elucidativa. Cabe ressaltar que as castanhas, nozes e demais oleaginosas tem muito zinco, e que o gergelim, o tofú, as folhas verdes tem um cálcio altamente absorvido pelo nosso organismo, favorecendo a saúde do indivíduo vegetariano que mantem uma dieta equilibrada. O único porém que vejo, é apenas a B12. A nós, vegetarianos, é importante que estejamos consumindo algas marinhas com certa frequência, e mesmo assim, um suplemento de B12, após conferir os níveis com exame de sangue. Aconselho uma visita ao nutricionista.

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  2. Muito grata pelo complemento!
    Inclusive eu ressaltei sobre a biodisponibilidade(aproveitamento) do cálcio do brócolis é 61,30% e do leite é 32,10%, mas não foi colocado na edição.
    Estarei publicando complementos e detalhando as particularidades de cada nutriente, mais adiante!
    Estou aberta a sugestões!
    Juntos vamos construindo o blog!
    Beijo

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  3. Escrever tudo com letras maiúsculas é horrível, a leitura fica cansativa.

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  4. Olá Macenas! Não foi escolha minha. Eu copie o artigo, na integra, do site do CRN-5 e colei!
    As outras postagens não estão em maiúscula!
    Mas, agradeço o toque!

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  5. Lá no site do CRN-5 não está em maiúscula, mas quando colei ficou, aí deixei!rsrs...
    Quem quiser ler com letra minúscula, pode ler direto no site do CRN-5, pois coloquei o link abaixo! OK?

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